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In... prensa

Olhares sobre a comunicação social... "posso não concordar com nenhuma das palavras que disser, mas defenderei até à morte o seu direito de as dizer."

RTP, uma matemática que não entendo!

por mparaujo, em 26.08.12

(publicado originalmente no Debaixo dos Arcos às 17:22 do dia 26 de agosto de 2012)

Antes de entrar propriamente numa análise/opinião sobre o processo anunciado (embora ainda não confirmado ou desmentido) de concessão da RTP e encerramento da RTP2: a vertente comunicacional e a vertente política.
No entanto, há um aspecto, aparentemente, simples mas que me provoca uma angustiante dúvida e dificuldade de percepção.
O director-geral da RTP, Luís Marinho apresentou ontem os seguintes valores orçamentais da televisão pública, afirmando que quem ganhar o processo de concessão anunciado lucra, por ano, 20 milhões de euros.
Os valores eram: receitas de 150 milhões de euros da taxa (paga pelos cidadãos e cemitérios) e 50 milhões em publicidade; despesas operacionais de 180 milhões de euros (pornograficamente excessivo para uma empresa pública). Fazendo as contas, de facto, entre 200 milhões de euros de receitas contra 180 milhões de euros de despesas, resta um lucro de 20 milhões de euros.
É algo que não percebo.
Alguém está enganado ou anda a enganar o país. Sempre se ouviu dizer que a RTP era um desperdício de dinheiro para o Estado, mas afinal o Estado, aparentemente, vai entregar a alguém uma receita de 20 milhões de euros.
Se dá lucro de 20 milhões de euros para quê e porquê privatizar/concessionar?

Depressa e bem... há pouco quem

por mparaujo, em 09.08.12

(publicado originalmente no Debaixo dos Arcos às 10:44 do dia 09 de agosto de 2012)

É sabido que, nos dias de hoje, o tempo (timing) em comunicação social (e noutros processos comunicacionais) é algo extremamente importante. A informação/notícia ou é divulgada num preciso momento ou, de forma muito impetuosa, perde qualquer impacto, relevância ou efeito prático.
Certo é, também, que esta pressão do tempo e do mediático leva a que a necessidade de mais competência, rigor, maior concentração e profissionalismo, seja permanente. De outra forma, como diz o ditado, "depressa e bem há pouco quem".
E foi isso que aconteceu, por cerca de uns míseros minutos, na passada terça-feira, na TVI, por ocasião da divulgação da chave do euromilhões (190 milhões de euros em jogo). Algo completamente impensável e inacreditável. A chave era anunciada totalmente desfasada da extracção dos números que eram apresentados e visionados. Portugal (muito de Portugal) estava incrédulo e suspenso...
E poder-se-á dizer: os erros acontecem.  É um facto, mas "pagam-se" caro em função da responsabilidade e da dimensão dos factos.
Para além de uma imagem institucional e de rigor profissional da TVI deitada por água abaixo, foi igualmente posta em causa a imagem da Santa Casa da Misericórdia e da credibilidade do processo do jogo, conforme se pôde constatar, por exemplo, pelas reacções, no dia e seguinte, no twitter.
E não só... mais grave ainda, pelo facto do acontecimento (triste e lamentável) poder ter tido repercussões mais graves do que estas: "Português da Lourinhã foi milionário por segundos" (fonte: renascença online).
Tal como diz o ditado: "depressa e bem há pouco quem"...